quarta-feira, 21 de setembro de 2016

FIAT UNO 2017

A Fiat já estava ficando incomodada com a proximidade entre Mobi e Uno. Bastava que tentássemos reuní-los em um comparativo para criar uma situação desconfortável em família. Não cai bem para parentes tão próximos brigar. Pois bem, agora, eles continuam próximos no preço, que parte de R$ 41.840 no Uno Attractive 2017 e chega a R$ 42.300 no Mobi Like On equivalente, mas o veterano acabou se tornando um hatch mais moderninho que a novidade. Para começar, ganhou novos motores 1.0, o primeiro três cilindros do fabricante, e 1.3. Além disso, passou por uma pequena reforma de estilo na parte frontal e ganhou eletrônica de primeira, com direito à direção elétrica e ESP. Fez sentido guardar os motores Firefly (vaga-lume, em inglês) para dar uma força ao Uno, que pedia um carinho após o lançamento do Mobi. O próprio subcompacto de acesso só vai ter acesso ao novo motor 1.0 em um segundo momento. As novidades vêm em boa hora, mas ninguém marcaria o Uno sem um preço sensual. A gama 2017 continua no Way 1.0 (R$ 42.970), passa pelo Way 1.3 (R$ 47.640) e chega ao Sporting 1.3 (R$ 49.340). Para os 1.3, o câmbio Dualogic Plus é oferecido por R$ 4.350 e vem junto com o ESP e Hill-holder. O câmbio manual de cinco marchas foi mantido com pequenos ajustes. Se não deu para aferir o consumo, o teste deixou claro que não há nada como motores novos Até então, a Fiat apostava em propulsores mais antigos, tais como o Fire e também os E.torQ, derivados daqueles Tritec uma vez utilizados pelos Mini. O Attractive 1.0 marcou 13,8 segundos no zero a 100 km/h, quase três segundos a menos que o Fire 1.0 e seus 16,7 s. Nos testes da Autoesporte, o modelo ficou atrás apenas do Ford Ka entre os 1.0 aspirados da mesma classe, e foi por uma pequena diferença de 0,3 s. O 1.3 Way fez o mesmo em 10,8 s, distância ainda maior em relação aos 14,7 s do antigo. O zero a 100 km/h pode dominar o imaginário, mas o objetivo dos Firefly foi a entrega linear de torque, sem quedas após o pico. Ou seja, foco nas retomadas. Mesmo com diferencial alongado, o 1.0 conseguiu retomar de 60 a 100 km/h em 10,9 s, contra 17,7 s de antes. Até o Dualogic Plus foi iluminado: o câmbio vacila menos diante do torque em baixa. Robotizada, a caixa ainda deve suavidade diante dos melhores automáticos do segmento, contudo, ficou mais intuitiva e age rapidamente na hora do freio-motor ou de uma redução dupla. O manual deve engates mais precisos, por mais que sejam macios.

FORD FUSION

Líder de vendas entre os sedãs acima dos médios tradicionais, com 2.391 emplacamentos acumulados em 2016, o Ford Fusion ganhou nos últimos meses concorrentes com declaradas pretensões premium, como os novos Honda Civic e Chevrolet Cruze. Por causa disso, era grande a expectativa a respeito de como a Ford iria posicionar a atualização do modelo, hoje em sua segunda geração. Ele continuará importado do México, e deve começar a ser vendido em outubro. Publicidade Além de um facelift que se resume a detalhes visuais (como a grade frontal um pouco alargada, assim como a parte inferior do para-choque, além de um filete cromado na traseira), o carro ganha novidades nos equipamentos e nos motores e uma nova versão intermediária. A versão de entrada SE agora custa R$ 121.500, um aumento de R$ 7.100 sobre a tabela anterior. Ela mantém o motor 2.5 de 173 cv e 24,1 mkgf de torque (com etanol), que segundo a Ford ficou até 7% mais econômico. A SE já traz de série rodas aro 18, faróis com DRL de leds, central multimídia Sync 3 com Apple CarPlay e Android Auto, oito airbags, cintos de segurança traseiros infláveis, controles de tração e estabilidade, monitoramento da pressão dos pneus, grade frontal com sistema de abertura e fechamento ativo (para melhorar a refrigeração ou a aerodinâmica, conforme a demanda) e o seletor E-shifter, um botão rotativo que substitui a alavanca de câmbio (sempre automático de seis marchas). Apesar de recheada, a versão de entrada deve se restringir ao nicho das vendas diretas, pois a nova configuração SEL com o motor 2.0 EcoBoost de 248 cavalos (14 a mais que os 234 cv anteriores) e 38 mkgf custará R$ 125.500 (apenas 4 mil reais a mais que a SE), batendo de frente com o Honda Civic Touring 1.5 Turbo (R$ 124.900). O 2.0 EcoBoost tem turbo e injeção direta, e funciona apenas com gasolina. Mais adiante ficará o Titanium 2.0 EcoBoost (R$ 138.000, aumento de R$ 10.600 sobre o anterior), que acrescenta faróis full led, sistema de som Sony aprimorado com 12 alto-falantes, sistema de monitoramento de ponto cego com alerta de tráfego cruzado, assistente de mudança de faixa, sensores crepusculares e de chuva e bancos dianteiros com ajustes elétricos, aquecimento e refrigeração. Por fim, o Titanium 2.0 EcoBoost AWD (R$ 154.500, ou R$ 9.100 a mais que o anterior) oferece tração integral, piloto automático adaptativo, alerta de colisão e detector de pedestres com frenagem automática de emergência, assistente de estacionamento autônomo, capaz de estacionar o carro sozinho em vagas paralelas e perpendiculares e teto solar (que nas outras versões é oferecido como opcional por R$ 4.000). Teoricamente, seus rivais diretos seriam o VW Passat, Hyundai Azera, Honda Accord e Toyota Camry. Nenhum deles, porém, possui números de vendas expressivos no país. Na prática, o Fusion renovado deve mesmo disputar mercado com os sedãs de entrada de Mercedes, Audi e BMW, e com as versões top de linha de Civic (Touring 1.5 Turbo, por R$ 124.900) e Jetta (2.0 Highline com o pacote de equipamentos Premium, por R$ 126.433), com o Cruze LTZ 1.4 LTZ Plus (R$ 107.450) num patamar de preço mais baixo. Além de espaço e potência maiores que o dos sedãs médios, e com equipamentos e tecnologias que a maioria dos concorrentes da categoria premium só disponibilizam em versões mais caras, o Fusion também promete menores custos de revisões e seguro. O plano de manutenção com preços fixos deve somar R$ 1.636 nos primeiros 30 mil quilômetros ou 36 meses de uso, com garantia de três anos e planos adicionais que prolongam o período para quatro e cinco anos. A Ford ainda não divulgou novidades a respeito da outra versão em linha no Brasil, o Titanium Hybrid, hoje tabelado em R$ 149.400.